quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

poemorfose n.07

Morfeu pintava as unhas de vermelho
            (nem era mulher)
Morfeu consumia barbitúricos e tarjas pretas
            (gritava com a boca fechada)
Morfeu se olhava no espelho e nem se via
de olho no teto, na telha, na teia
da aranha (a forma é clara)
que tece poemas
            (vomita poesias)
um corte fundo no claro verde
            (poemorfose)
cresce, cresce, cresce
            (forma-se)
um buraco fundo no claro verde
            (reforma-se)
bebe, bebe, bebe
            (a forma escura)
a luz
            (as pupilas do gato
            os olhos verdes do gato)
como eu bebo
            (sonho beijos e esqueço)
os silêncios de Morfeu



(Interferência de DON'T KILL THE CHICKEN)

Nenhum comentário:

Postar um comentário